Em 1958, Sérgio Ricardo lançou seu primeiro disco LP, "Dançante nº1". Embora só se aventurasse em filmar quatro anos depois, o cinema já estava presente em seu disco de estreia. Essa é a ideia por trás do abrangente vídeo ensaio "5x Sérgio", de Luís Rocha Melo, que estabelece paralelos entre a música desse álbum, os dois primeiros filmes de Sérgio Ricardo, "Menino da Calça Branca" e ''Esse Mundo É Meu", e os filmes brasileiros e internacionais do final dos anos 1950. É uma abordagem das influências artísticas de Ricardo e do zeitgeist do Brasil, então no auge de uma intensa transformação cultural que gerou dois movimentos fundamentais dos quais ele fez parte: Bossa Nova e Cinema Novo.
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Luís Rocha Melo é realizador independente, pesquisador e professor associado do Curso de Cinema e Audiovisual e do Programa de Pós-Graduação em Artes, Cultura e Linguagens da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Dirigiu os longas-metragens de ficção "Um Homem e Seu Pecado" (2016) e "Nenhuma Fórmula Para a Contemporânea Visão do Mundo" (2012); o curta-metragem de ficção em 35 mm "Que Cavação é Essa?" (2008); os documentários "Legião Estrangeira" (2011), "O Galante Rei da Boca" (2004), "Fernando Py" (1994), "A Projeção no Cinema" (1993), "O Desejo de Deus" (1992) e "Alex Viany - Um Documentário em Vídeo" (1990); os ensaios "5 X Sérgio" (2020), "Cinebiogravura" (2017), "O Trapezista" (1999) e "Fragmentos – Uma Narrativa Intranquila" (1997). Atualmente finaliza o documentário de longa-metragem "O Cangaceiro da Moviola", sobre o veterano montador Severino Dadá. Coordena o Grupo de Pesquisa Historiografia Audiovisual (www.historiografiaaudiovisual.com.br), vinculado à UFJF. É um dos autores do livro em dois volumes "Nova História do Cinema Brasileiro", organizado por Sheila Schvarzman e Fernão Ramos (São Paulo: SESC, 2018).