Passo à frente.

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O cantor e compositor Sérgio Ricardo está entre os que raramente puderam provocar a indiferença do publico. Especialmente a partir de 1967, quando espatifou um violão e o atirou na plateia num festival, seus discos, shows e reações geraram inflamadas opiniões contra e a favor. Sobrevivendo num circuito estudantil, nos últimos tempos, porém, Sérgio de certa forma colocou-se entre os artistas marginais, pouco vistos pelo grande publico. Cada um de seus LPs é uma espécie de volta à tona. Ultima dessas aparições, Sérgio Ricardo (Continental) traz algo alem da mostra de dez faixas, oito novas, duas conhecidas. Tocando violão, viola e piano, e acompanhado de um conjunto formado por Franklin (flauta), Fred (piano), Piri (viola e violão), Paulinho (percussão) e Cássio (baixo), Sérgio amplia seu horizonte instrumental e rítmico. Há guarânia ("Semente") e canção latina ("Canto Americano"), e principalmente várias espécies de musica nordestina. Entre elas "Avivadas numa Viagem que Fiz no Ano Passado a Maceió") estão os impactos do disco. "Antonio das Mortes", da trilha sonora do filme "Deus e o Diabo na Terra do Sol", reaparece com o ritmo central quase eliminado, em troca de intervenção aleatórias de pios de pássaros, rabeca nordestina e variada percussão.