IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 00761
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Num amplo estúdio da Rua Osório de Almeida, na Urca (Rio), o compositor (também desenhista, escultor e cineasta) Sérgio Ricardo passa a maior parte do seu tempo. Grande aparelhagem de som, piano de cauda, biblioteca e uma série de ferramentas. Nas paredes, talhas que ele mesmo faz misturam-se a outras, compradas no Norte, completando uma decoração que inclui desde uma harpa medieval, até uma banheira cheia de almofadas coloridas e uma mesa de botequim, onde costuma compor. Meio esquecido pela imprensa - o que ele atribui ao episódio do Festival da Record, em São Paulo, quando quebrou o violão -, Sérgio pretende agora partir para uma grande produção, porque "o trabalho é a melhor forma de contestação". E é em cima dessa vontade que ela lançou, no ultimo dia 29, seu LP pela Continental, "Sérgio Ricardo". Na capa, ao lado do seu nome, os nomes dos seus companheiros de trabalho. Os músicos que tocam os instrumentos que caracterizam o disco: Piri - violão, bandolim e rabeca; Fred - flauta e piano; Paulinho do Camafeu - ritmo e percussão e Franklin - flauta. Mas Sérgio também participa: além de ser o autor das letras e das musicas, toca violão, piano e viola e foi quem produziu o disco - Não me prendi a um ritmo especificamente brasileiro, mas sim latino-americano, porque não compreendo mais o Brasil como um país, mas como parte de um imenso continente ainda pouco explorado - explica ele - A unica imposição que me faço é não usar ritmos e estilos industrializados, de consumo, porque não é esse o meu recado.