IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01646
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Músico escreve sobre o papel - e os papeis - documentário 'Uma noite em 67'. Como peixe fora d'água, não sabia que havia um tipo específico de música de festival, nem assimilado que por trás daquilo houvesse uma armação. Só vim a saber agora, 43 anos depois, depois de ter visto o filme "Uma noite em 67". O filme é fundamental, porque surge num momento em que a música popular está por baixo. Ele mostra que a sintonia do artista com a realidade de seu país era essencial. Muito revelador em suas entrelinhas, deveria ser visto por todos: pelos profissionais da música popular, para reaprenderem a canalizar seus talentos a serviço da transformação, seja política, social, estética etc., e não tornarem-se escravos do mercado de consumo; pelos brasileiros que lotam os auditórios, para tomarem consciência de que não representam a opinião do povo, e deixar a histeria pra lá; e por produtores de emissoras, para que percebam a distância entre a manipulação e o conteúdo que generosamente lhes colocamos nas mãos. Só por essas coisas, o filme "Uma noite em 67" já cumpriu seu papel.