IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01641
IP Nº 002312
Correspondências oficiais revelam o lado perverso de integrantes da censura: além de vetarem letras, denunciavam os artistas e os colegas a investigadores da máquina repressora. Os cinco segundos anteriores ao disparo verbal contra um censor são marcados pelo silêncio. O cantor Sérgio Ricardo, 77 anos, acaba de descobrir que, há mais de 40 anos, em 16 de outubro de 1968, um funcionário público pago para analisar o veto da letra Dia de graça tinha ido longe demais. Além de proibir os versos da canção, classificou o artista como subversivo e o denunciou para que fosse fichado pela máquina da repressão. Um, dois, três, quatro, cinco segundos. Vem desabafo: - Era um dedo-duro de merda! A função dele era a de censurar, mas achou que poderia, sem provas, vincular meu nome à subversão.