IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01624
IP Nº 002295
Sérgio Ricardo regrava canções inesquecíveis e redescobre o amor a música pelas mãos de jovens e talentosos instrumentistas. Encastelado em seu apartamento-estúdio no Vidigal, onde mora há 40 anos - salvo uma pequena aventura de dois anos por Niterói, no começo deste século - com uma vista deslumbrante do Oceano Atlântico, seus quadros de nus femininos e um computador (seu grande interlocutor musical), Sérgio Ricardo estava resignado a ser um grande compositor brasileiro amaldiçoado por uma atitude de mais de 40 anos. Mas o violão quebrado no III Festival da Música Popular Brasileira da Record, de 1967, e as polêmicas em que se envolveu com a turma da bossa nova foram deixadas de lado por uma geração de jovens músicos, que abraçaram um projeto de sua filha, Marina Lutfi, de reler e rearranjar parte obscura da obra do autor de "Zelão", "Esse mundo é meu"; de trilhas de filmes como "Deus e o diabo na terra do sol", e peças, como "Flicts". "Ponto de Partida" é o nome pertinente da canção que dá o nome ao disco, e seus versos são precisos: "Não tenho para o ouvido somente o rumor do vento/ Tenho gemidos e preces/ Rompantes e contratempos".