IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01542
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Que papel teve Martin Scorsese, o diretor de Táxi Driver, na recuperação de A Terra em Transe, para muitos a obra-prima de Gláuber Rocha? A resposta é: nenhum. O que Scorsese vem fazendo - e merece todos os elogios por isso - é empenhar seu prestígio na divulgação de cinemas de outros tempos e geografias. Afinal, como bom descendente de italianos, ele defende a ideia de um mundo plural. Não quer um planeta povoado só por cultores de filmes de ação e bobagens juvenis do tipo American Pie. O diretor de Touro Indomável acaba de completar a primeira parte de monumental História do Cinema Italiano, vista pelo prisma de um garoto que cresceu no bairro italiano de Novo York e, mais tarde, tornou-se um dos mestres do cinema moderno. Pois em sua monumental primeira parte da história do cinema peninsular, Scorsese encontra formas de falar em Bergman e... Gláuber Rocha! Claro que em pequenas atalhos, pois seu rio cinematográfico corre para o Mediterrâneo. Para Rosselini, Fellini, Visconti, De Sica, Pasoloni e outros mestres da terra de Pastrone. Scorsese dedicou a Gláuber, na Cahies Du Cinéma (número 500) um belo artigo. Em entrevistas a jornalistas brasileiros, ele sempre externa sua paixão por Terra em Transe. Gosta tanto do filme que adquiriu uma cópia, em 35 milímetros, para sua filmoteca particular.