IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01453
IP Nº 002009
Fernando Lobo e Sérgio Ricardo reabrem discussão sobre a identidade cultural brasileira em dois livros. Uma questão que inquieta muitas cabeças no Brasil. O que realmente vem a ser cultura brasileira? Até que ponto se pode falar de influência ou cópia? Até que ponto estamos recriando expressões artísticas estrangeiras ou até que ponto estamos macaqueando estas mesmas expressões? A discussão é grande e promete ocupar muito tempo ainda, para começar a se chegar a alguma luz. De qualquer forma, o que se vê é que nossa miscigenação racial continua tendo espaço em nossa cultura. "Demoníaco ou santo, cada país foi me emprestando um canto, e assim nasceu meu canto brasileiro", já dizia o poeta Paulo César Pinheiro. Agora a Editora Record acaba de lançar dois livros que prometem esquentar a briga. A Mesa do Vilarino, de Fernando Lobo, e Quem Quebrou Meu Violão, de Sérgio Ricardo, são os depoimentos pessoais da vivência artística de dois grandes compositores deste País. E até por isso não podem ser ignorados como instrumentos de defesa da cultura nacional. Em comum, trazem o clima criativo que marcou as décadas de 30, 40, 50, 60 e meados de 70, quando começa a derrocada até o marasmo que assola nossos dias. Assim, buscam no passado nossos acertos e errados como instrumento da renovação necessária. Uma renovação que os autores, homens intimamente ligados aos meios de comunicação, só vêm possível com a reestruturação da mídia nacional. Dois livros, enfim, que ocupam a mesma trincheira de uma mesma guerra.