IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01419
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A carreira foi marcada por um episódio que lhe rendeu fama de rebelde. Rebeldia esta que, durante a década de 70, confinou sua música aos meios estudantis universitários. O que pouca gente sabe, porém, é que o cantor Sérgio Ricardo, 23 anos depois de ter quebrado o violão, arremessando-o contra a plateia atônita daquele 3º Festival de Música Popular da TV Record, em 1967 - antecedente exemplar aberto a outro rebelde - aprimorou aunda mais as suas qualidades artísticas. Cantor, compositor, pintor e diretor de cinema, ele agora revela uma nova faceta: a de escritor. De frente para o azul do mar do costão do Vidigal, é no apartamento da Estrada do Tambá que Sérgio Ricardo escreve os últimos capítulos de um livro que documenta episódios importantes da MPB, passando pela época dos grandes festivais da canção, chegando até a invasão discográfica norte-americana dos dias de hoje. "Quem quebrou o meu violão", segundo o autor, é uma análise filosófica da realidade brasileira, tendo a música brasileira como pano de fundo. Muito consciente das engrenagens que regem o modelo cultural brasileiro de hoje, Sérgio Ricardo se permite algumas críticas: - A MPB parece mulher de malandro: vive apanhando, mas resiste. Aos 58 amos de idade, Sérgio Ricardo gravou 13 LPs, dirigiu três longas metragens, publicou dois livros - um de poesias, chamado "Elo: Ela", pela Civilização Brasileira e um cordel infantil chamado "O elefante adormecido" - e compôs músicas que até hoje estão na boca do povo. "Zelão", "Vou renovar", "Buquê de Isabel (gravado por Maysa), "Folha de papel" e "Nosso Olhar", são algumas das mais conhecidas pelo grande público. Um dos trabalhos mais importantes de sua carreira foi a trilha sonora de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Gláuber Rocha.