Beto Bom de Bola promete voltar.

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O compositor, cantor e cineasta Sérgio Ricardo fala de seus projetos para voltar ao palco. A decisão do cantor, compositor, cineasta e, digamos, agitador cultural Sérgio Ricardo de vir a São Paulo para a posse da prefeita Luiza Erundina, participando da festa-comício do Pacaembu, tem um significado mais profundo do que o político, uma constante em sua vida. Há muito afastado do grande público, Sérgio não vai apenas para manifestar o apoio de artistas considerados engajados - como se os outros não fossem - que é o seu caso, o de Carlos Lyra e o de Geraldo Vandré, que também participou do show. Na verdade, esse foi o primeiro passo para o que considera uma retomada de sua carreira. "Eu sinto que esta havendo um momento interessante por aqui", diz Sérgio. "Vim tentar descobrir que tipo de retomada seria viável. Minha turma estava vinculada a uma causa estética, a um movimento cultural, que era a Bossa Nova. A partir do Tropicalismo, isso foi sufocado violentamente e nos últimos anos o que se vê é esse consumismo desenfreado. Sinto que é hora de retomarmos de onde paramos." Sérgio aproveitou sua estada em São Paulo para dar andamento a uma nova paixão: a pintura . Ele pretende expor brevemente em nossa capital uma obra que define como erótico-poética. São cerca de vinte quadros a óleo, apresentando transparências, curvas de corpos femininos, cuja proximidade, em superclose, dão ideia de uma nova dimensão figurativa, pintados num período de oito meses em que viveu praticamente isolado em Itaipu.