IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01384
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Aos 56 anos, cercado de telas com temas eróticos, o compositor, cantor, cineasta, roteirista, poeta e escritor Sérgio Ricardo, o bardo da resistência democrática no circuito alternativo durante a ditadura militar, finalmente silenciou-se. Ele agora é pintor e usa uma palavra da moda para se definir: "hoje, sou um artista multimídia". Ele já foi mais feroz, Em 1967, ao ser insistentemente vaiado pelo público ao apresentar sua música Beto Bom de Bola durante um dos festivais da TV Record de São Paulo, quebrou seu violão e jogou na plateia. A agressividade do gesto o tornou célebre e intragável para as gravadoras, mas não fez com que ele desistisse da música. Ele continua compondo, embora não tenha disco ou shows à vista. Enquanto espera verba para rodar mais um filme - João Joana, um cordel de Carlos Drummond de Andrade -, Sérgio Ricardo pinta e compõe. "Quando canso da pintura, descand na música e vice-versa", conta.