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IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01382

A arte rema contra a maré.

IP Nº 001787

"Agitar o braço, apertar o passo e remar contra a maré". Essa é a receita do cantor, compositor e cineasta Sérgio Ricardo para revitalizar a época áurea do Cinema Novo, que prestou uma contribuição inestimável para a produção cultural do país. Segundo ele, assim como a Bossa Nova, o Cinema Novo representou um momento de grande efervescência cultural que era um reflexo do momento político que se vivia, de otimismo e de "euforia nacional", durante o governo de Juscelino Kubitschek. Ele se considera um homem feliz por ter participado da criação da Bossa Nova e do Cinema Novo, que nasceu logo depois. Na época, diz, "havia a possibilidade dos talentos se manifestarem", e surgiu Nelson Pereira do Santos, Glauber Rocha e Anselmo Duarte. Sérgio Ricardo explca que conseguiu fazer um filme com o dinheiro arrecadado como cantor e compositor. Não existia Embrafilme, mas todo mundo conseguia se virar. Se fosse hoje, afirma, nem Chico Buarque, com o que consegue com suas músicas, teria condições de montar um filme. Sem recursos - Foi assim com seu primeiro filme, "Menino de calça branca", em 1981, e depois com "Esse mundo é meu", "Juliana do Amor Perdido" e "A Noite do Espantalho", seu grande sucesso, em 1974. Ele cita uma coincidência que, pelo menos para ele, é histórica. Foi quando do lançamento de "Esse mundo é meu", em 31 de março de 1964, no Rio de Janeiro. "Naquela noite", revela, "ninguém foi ver, os poucos que viram não puderam comentar". O Brasil amanheceu o dia seguinte sob a ditadura militar. Logo depois o filme foi proibido de ser vendido no exterior. Atualmente Sérgio Ricardo está com o seu "Estória de João-Joana" na Embrafilme, à espera de liberação de recursos que serão necessários para o início das filmagens. Mas nenhum sinal foi dado para ele até o momento. O cineasta informa que a obra é baseada num texto de cordel de Carlos Drummond de Andrade, que é o único no gênero feito pelo escritor. Possui um arranjo musical de Radamés Gnatalli e, caso os recursos não sejam liberados, tentará terminá-lo através de uma cooperativa de artistas. Consciência nacional - Formar uma consciência nacional, com composição popular, para ele é a saída que o mundo cultural do Brasil tem para se salvar. Segundo o artista, foi assim durante o Cinema Novo, quando o povo entendeu a mensagem que retratava sua própria realidade. Naquele momento, garante, "existiu uma dramaturgia própria, arrancada da cozinha de fogão de lenham e deu para fazer uma comida gostosa, sem grandes temperos, obtendo consagração internacional, inclusive com prêmios de relevo".

autor VASCONCELOS, Carlos Henrique.
edição
imprenta Jornal A Classe Operária, Brasília, 31 de agosto de 1988.
descrição física 1 recorte de jornal.
assuntos CINEMA BRASILEIRO / CINEMA NOVO / PRODUÇÃO CINEMATOGRÁFICA / ESTÓRIA DE JOÃO-JOANA /
estado de conservação Bom
identificadores ANOS 80 / RICARDO, Sérgio, 1932-2020 / EMBRAFILME / ANDRADE, Carlos Drummond de /
notas

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