SÉRGIO Ricardo realiza um velho sonho no palco = A volta de Sérgio Ricardo, fazendo balé e poesia = Visão do Nordeste, com humor e sutileza.

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A volta de Sérgio Ricardo, fazendo balé com a poesia - Há alguns anos afastado do cenário artístico, o compositor Sérgio Ricardo está voltando ao métier com um trabalho que considera "maravilhoso" - o balé "Estória de João-Joana, em cartaz no João Caetano desde quinta-feira passada - e a realização de um velho sonho: ser parceiro do poeta Carlos Drummond de Andrade, o autor do poema-cordel musicado pelo compositor e transformado em balé, apresentado pelo grupo "Nós da Dança". Cuidando dos últimos detalhes da estreia do espetáculo, em seu apartamento da Urca - onde está há sete meses -. Sérgio Ricardo está lançando também o disco independente da obra, gravado com solos de orquestra e do quarteto que ele integra, junto com Paulinho Vieira (bateria), Bororó (contrabaixo e violão) e Luis Claudio (cello, violão e charango). - O disco tem 20 minutos a menos que o tempo de duração do balé - explica o compositor. - Fiz um disco condensado, com vários temas, seguindo a dramaticidade do poema. Optei por um disco independente para poder fazer música se vinculação co as multinacionais. Por isso, será vendido no teatro e possivelmente em livrarias. Visão do Nordeste, com humor e sutileza - Estreou quinta-feira, no Teatro João Caetano, o cordel de Carlos Drummond de Andrade, "João Joana", em forma de dança; pelo grupo Nós da Dança. O espetáculo é dividido em duas partes: a primeira, densa e poética, através de imagens sensoriais; a segunda segue a linha dos folguedos nordestinos - sem, contudo, ser folclórica - introduzindo o humor e a malícia. A temática masculino/feminino em cada uma das partes não é facil de ser assimilada, nem de ser apresentada claramente em cena. É necessário ter percepção apurada para que a mensagem não se torne dúbia nem equivocada. É difícil manter o equilíbrio numa proposta que exige, antes de mais nada, sutileza. O grupo Nós da Dança, com direção de Sonia Dias (que já apresentou o excelente "Canibais eróticos"), música de Sérgio Ricardo e figurinos e cenários de Luciano Figueiredo, consegue, com eficiência, superar os obstáculos e apresentar um espetáculo estimulante.