IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01297
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Naquele mar de sereias vejo em mim os saveiros destemidos jangadeiros e a lua a me namorar Está fincada em meus dedos a pontezinha de um porto onde mãos e mais amadas são velas a se acender Em caravelas me vejo sinto em mim os tesouros de naufrágios, dos silêncios em mim a ordem dos ventos bonança da calmaria E me arrebento nas pedras volto recuo me inspiro e me arrebento de novo Me vôo longe, respingo e caio em chuva nas pedras Aqui me vou nesta onda crescendo, me avolumando e me estourando reparto o meu afago na areia Meu silêncio povoa todo silêncio do mundo e vejo então que te amo com profundeza de mar (do livro Elo: Ela, Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1982)