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Sérgio Ricardo andou afastado do público do Rio de Janeiro - mais ainda do público da Zona Sul - por bastante tempo e diversos motivos. Apresentações esporádicas no João Caetano ou na falecida Barca das Sete, do outro lado da baía, praticamente resumiram suas mais recentes apresentações. Há alguns anos tentou organizar temporadas curta, que não resultaram bem. "Acho difícil" - diz ele - "entender esse afastamento. Cheguei a pensar que fosse problema de modismo, mas não é. Afinal, é no Rio que pinta a vanguarda. Acho que o problema é maior. A época das minitemporadas foi a época do AI-5, do boicote da Censura: a televisão não me mostrava, o rádio não tocava minhas músicas, estava sem disco para divulgar o trabalho. Acabei, de certa forma, abandonado - e sendo abandonado - pela cidade". A oportunidade chegou. Ao mesmo tempo em que lançou, ontem, o primeiro dos livros de poemas, Elo : Ela - no restaurante Barbas, em Botafogo, estreava o show (mesmo título do livro) que fica em cartaz lá mesmo no restaurante por 4 semanas. Elogios - "Rio de Janeiro, 25 de junho de 82. Meu caro Sérgio Ricardo. Você tem provado, ao longo da sua vida, que música é poesia e música é poesia. Elo : Ela é a confirmação nítida (e requintada) dessa união de essências. O abraço agradecido e admirado do (ass.) Drummond".