IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01228
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Refletindo sobre sua atitude durante o Festival de MPB da TV Record de São Paulo, em 1967, quando jogou seu violão em cima da platéia que o vaiava, Sérgio Ricardo encontra uma explicação bastante racional, quase filosófica. Segundo ele, o público presente naquele dia era a imagem do povo brasileiro, ainda com o golpe de 64 entalado na garganta. O júri, "fazia o papel do poder" e os músicos que se apresentavam eram "apenas marionetes". Sérgio acredita que as vaias dadas a ele quando interpretava Beto bom de bola foram fruto de uma revolta reprimida do povo em função da situação política da época. Sua atitude de quebrar o violão teria sido, por outro lado, uma decisão de não bancar o fantoche no meio daquela encenação. "Os festivais contribuíram para a desvalorização dos músicos na televisão", afirma Sérgio. "Antes custava um dinheirão para as TVs colocarem músicos em seus programas, durante os festivais eles pagavam uma ninharia" - Sérgio Ricardo acrescenta que os festivais "só eram bons para quem ganhava".