IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 01213
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A festa foi para 30 mil pessoas. Sem faixa nem discurso, nenhum poster vendido, o show 1º de Maio no Rio-Centro não deixou de ser um espetáculo político, mas dispensou qualquer menção à greve no ABC e ficou sendo o que se proponha - um show de música com alguns dos melhores e mais caros artísticos nacionais, trabalhando de graça e com alto sendo profissional. Nenhum incidente grave. A garotada - média de 19 anos - queria dançar, cantar e ouvir. Desta vez, ao contrário do ano passado, não houve engarrafamento na volta, algum na ida. A arrecadação chegou Cr$ 5 milhões. Em cartolina amarela, dois grandes cartazes estavam colados nos vidros dos bastidores : um servia como lista de presença, outro mostrava a disposição dos instrumentos do palco. Pela lista de presença, foi fácil constatar que não compareceram Nara Leão, Pepeu Gomes, Baby Consuelo, Maria Bethânia, Gonzaguinha. É o momento da guinada, anuncia Ziraldo. É hora de entrar em cena o som total. É a vez do delirante Beleza pura, de Caetano Veloso, pelo conjunto A Cor do Som, e a vez de Moraes Moreira avisar que "lá vem o Brasil descendo a ladeira". O tom mudou. Até a hora do pessoal do samba , o espetáculo foi pontilhado por declarações sobre a motivação dos festejos. Sérgio Ricardo, João do Vale e Ivan Lins tiveram refrões aplaudidos. Com João Nogueira, lembrou-se a importância da resistência do samba e dos compadres. FLICTS, livro-poema de Ziraldo, transformou-se, a partir de 1972, quando Aderbal Júnior escreveu a sua versão teatral, num dos espetáculos mais representados no Brasil. A história da cor indefinida, rejeitada pela caixa de lápis e pelo arco-íris, está de volta, musicada por Sérgio Ricardo. Pode ser vista no Teatro Princesa Isabel, todos os fins de semana.