O filme da semana = "Noite do Espantalho" venceu o Festival.

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A apresentação logo mais à noite no Grêmio Literário Português, do filme de Sérgio Ricardo "A Noite do Espantalho", acompanhado de um debate a ser, orientado pelo autor, é, sem dúvida, o acontecimento cinematográfico da semana. Aproveitando a ocasião, apresentamos aos nossos leitores o texto de Acyr Castro dedicado ao conhecido compositor, cantor e cineasta. "Um Senhor Inovador" Sérgio Ricardo - na identidade civil: João Mansur Lutfi - , paulita de Marília, é um dos raros criadores de música popular brasileira com formação erudita, embora (desde o início, ainda adolescente, no interior de São Paulo) demonstrando nítido sentido de povo que, a seguir, iria se confirmar no seu extraordinário conjunta de obra. Pianista, cantor, compositor, ator (a certa altura inclusive espalhando tempo entre Rio e S. Paulo, até mesmo fazendo tv de vanguarda), ele, por volta de 1958, viria a ser descoberto musicalmente pelo então nascente movimento de "bossa nova" que passaria a integrar, ocupando lugar destacado ao lado de João Gilberto, Antonio Carlos Jobim e o precursor Johnny Alf. Tanto que se apresentou, no Carnegie Hall, em Nova Iorque, na famosa noite de 21 de novembro de 1962, cantando junto de João, Tom, Sérgio Mendes, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Luís Bonfá, Nilton Banana e outros. Sérgio Ricardo com o seu "Noite do Espantalho" foi o grande vencedor do Festival de Cinema Brasileiro, ontem encerrado. Ele ganhou o prêmio "Muiraquitã de Ouro", da Prefeitura de Belém, (melhor filme longa-metragem); a melhor música; melhor fotografia e melhor ator coadjuvante. O resultado foi recebido com tranquilidade e sem discussão pelos demais participantes do Festival, reunidos no BASA, ontem à noite, para conhecer o veredito do júri.