IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 00921
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Pobre nordestern A Noite do Espantalho, direção de Sérgio Ricardo; com Rejane Medeiros, Gilson Moura, José Pimentel, Emmanuel Cavalcanti e Alceu Valença. Rio "É o filme que eu gostaria de ter feito", bradou o polêmico Glauber Rocha. Ou seria o diretor-produtor Sérgio Ricardo, 42 anos, quem gostaria de ter refeito "Deus e o Diabo na Terra do Sol? Pois, longe de ser "uma síntese de todo o meu trabelho, reunindo o melhor de minha música e de meu cinema" - na definição de seu autor -, " Noite do Espantalho" soa como um tardio preito àquela insolente alegoria rural que Glauber Rocha realizou há dez anos, bem servido por canções do próprio Sérgio Ricardo. Marcha à ré A Noite do Espantalho, com Sérgio Ricardo e vários cantores; LP Continental. "O cinema está fadado a me levar pelo resto da vida. Mas sempre com a música - pois uma das coisas que mais gosto de fazer é trilha sonora de filme". Com essas idéias na cabeça e câmeras nas mãos de seu irmão Dib Lutfi, Sérgio Ricardo fez o filme "A Noite do Espantalho". Auxiliado, especialmente por Geraldo Azevedo, Alceu Valença e Piri, que merecem pouco destaque na contracapa negligente, o mesmo Sérgio Ricardo compôs uma fiel e adesiva trilha sonora lançada (milagre) simultaneamente ao filme. Trata-se de um caso raro: ainda que projete belas imagens, o filme, musical, dificilmente suportaria o divórcio da trilha. Quanto ao LP, também não sobrevive sozinho. Na carreira artística de João Lufti, aliás, Sérgio Ricardo, este disco representa um passo atrás.