IMPRENSA|CLIPPING IMPRESSO |IM 00827
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Hoje ele sente seu trabalho um pouco marginalizado e explica em parábola: "só sei plantar couve e os donos da terra só querem alface". Mas Sérgio Ricardo não pensa em mudar sua música. Quer é assumir ainda mais esta opção - seu único vínculo dentro da arte é e vai continuar sendo o cultural. Seu verdadeiro público agora é feito de estudantes: "Eles entendem o que eu estou fazendo, e eu entendo muito bem porque eles entendem"."Casou Maria/ Com Zé casou/ Jogou um buquê/ Solteirona Isabel pegou" (Buquê de Isabel). Sérgio Ricardo começou na arte por um problema econômico: precisava se sustentar, e como estudou piano desde os oito anos, trabalhou como pianista em boates. Isso foi por volta de 1950. Não aceitava bem a profissão, mais tarde descobriu porquê: - Eu estava insatisfeito. É que boate naquela época era um antro de pessoas ricas, com possibilidade de gastar uma nota numa noite sem prejudicar sua infra-estrutura econômica. Era uma fossa meio coletiva, as pessoas iam pras boates e se embebedavam, e eu a cantar para as pessoas bêbadas. Eu trazia da infância um desejo de ser compositor erudito, tinha estudado piano clássico,, era uma desilusão misturada com uma falta de perspectiva.